sexta-feira, 30 de abril de 2010

Cuidado! Não é um cachimbo.


Vocês achavam que iríamos passar ao largo dessa discussão, né? Lógico que não. Estamos antenados, apurando os fatos para apresentar um posicionamento mais seguro acerca da nota que a SECOM/UnB (Eis a fonte!) divulgou sobre a pesquisa defendida, no próprio CID, pela arquivista Flávia Oliveira. A pesquisa chama atenção para a desatualização do currículo profissional do curso de arquivologia diante das demandas do mercado de trabalho. O percurso metodológico da dissertação contrapõe as disciplinas obrigatórias do currículo com as habilidades requeridas pelos editais de concurso público.

Os principais motivos para o quadro de desatualização apresentado pela dissertação são os seguintes:

- O descompasso entre as tecnologias de informação e a habilidade dos profissionais de arquivo em manejá-las; Cabe aqui destacar que, pelo menos nesse quesito, esse blog vem sendo muito bem utilizado como ferramenta de aprendizagem pelos nossos alunos;

- Desatualização da grade curricular do curso, adotada em 1974.

Esses fatores acarretam na insatisfação dos empregadores para com os recém-egressos do curso de Arquivologia, principalmente pela falta de reflexão durante o período de universidade. Isso denota na incapacidade de elaboração de planos de classificação e tabelas de temporalidade documental por parte dos arquivistas que se aventuram no mercado. Ao que parece, o principal entrave é a dificuldade de aplicação prática dos princípios teóricos aprendidos durante a vida universitária.

Contudo, cabe questionar o verdadeiro papel de uma universidade pública, e até mesmo do profissional de arquivo. Pra que serve uma universidade? As nossas habilidades devem ser subjugadas aos editais de concurso público? Além disso, exercemos com plenitude estas funções após a investidura no cargo? Arquivistas para quê? A coordenadora do curso, Cynthia, ressalta que o ensino universitário não deve ficar à mercê dos ditames do mercado. A própria pesquisadora, Flávia Oliveira, afirma que o interesse particular dos alunos em "passar em concursos públicos acaba tomando o lugar da reflexão sobre a realidade do ofício".

Mas agora vamos aos fatos. O making off do filme revela outra cena. Segue resposta redigida pela própria pesquisadora, retificando os pontos da matéria que não condizem com os resultados apresentados pela pesquisa.

Caro (--------) ,

Gostaria de fazer algumas considerações sobre a matéria elaborada por você e publicada hoje sobre a minha dissertação e sobre o curso de Arquivologia. Acredito que algumas informações obtidas por meio da dissertação e de entrevistas foram mal interpretadas e outras estão realmente equivocadas.

Destaco 3 pontos que merecem uma retificação:


1º: Ponto: “Não bastasse isso, o currículo adotado pela UnB para a formação de arquivistas está defasado em 26 anos”


O currículo sofreu acréscimos de algumas disciplinas durante o funcionamento do curso. De acordo com o quadro 1, apresentado na página 20, foi acrescentada a disciplina: Introdução a Microinformática e foram modificadas as disciplinas: Contabilidade Geral foi substituída por Sistemas Contábeis Aplicados à Arquivologia, Análise Documentária foi substituída por Análise da Informação,


2º: Ponto: “A pesquisadora não apenas identificou as quatro atividades exigidas pelos empregadores que não são contempladas no curso da UnB, como constatou que elas estão entre as mais procuradas pelo mercado de trabalho. Para chegar a essa conclusão, Flávia criou um ranking das tarefas mais cobradas. Fez isso a partir de um comparativo entre as 33 disciplinas obrigatórias e optativas oferecidas no curso e as 38 habilidades relacionadas nos editais de concursos públicos, a principal fonte de contratação de arquivistas”


Na comparação entre a estrutura curricular e as habilidades demandadas sobre o curso, foram identificadas quatro atividades que não são abordadas. Quatro entre 38 é uma porcentagem pequena e o capítulo 3.2 conclui que: “Contudo, se das 38 atividades identificadas nos editais de concurso público somente essas quatro não fazem parte das ementas disciplinares e dos planos de ensino do curso de Arquivologia, infere-se, que o currículo do curso de Arquivologia aborda a maioria dos conteúdos relacionados como necessários para o desenvolvimento das atividades arquivísticas no mercado de trabalho.” (p.94) Desse modo, a interpretação que vc utilizou na matéria não está de acordo com as conclusões da pesquisa.

3º: Ponto: “a pesquisa de Flávia aponta que a porcentagem de desligamentos do curso está entre as maiores da UnB. Chegou a uma média de 22,02% entre 1998 e 2002”


Dissertação: Estatísticas de Desligamento – páginas 55 à 61.
A FA (Faculdade de Estudos Sociais Aplicados), que hoje é a FACE, apresentou os maiores índices de desligamento no período observado (p.58) No entanto, esses números são mais altos nos cursos de Administração e Contabilidade. Os cursos de Arquivologia e Biblioteconomia apresentaram números baixos. (p.60) O cursos de Arquivologia apresentou um dos MENORES ÍNDICES DE DESLIGAMENTO da Unb. O índice médio do curso de Arquivologia foi de 3.01%, enquanto o menor entre as outras faculdades foi de 1,07% e o maior 11,3%. (p.60)

Sendo assim, o último parágrafo sobre o “abandono” do curso deveria ser retirado do site com urgência.


Solicito, portanto, uma retificação na matéria que, da forma que foi apresentada, somente desqualifica o curso de Arquivologia e não contribui para a melhoria do ensino universitário. Os diversos pontos positivos apresentados na dissertação, tais como, o crescimento da procura pelo curso, a redução da porcentagem de abandono e o aumento da procura pelo profissional no mercado de trabalho, não foram considerados na matéria.


O que nos resta é dizer: Não é um cachimbo. Não precisa colar o nariz na tela. É só uma imagem. E daí? O que você acha? Está sendo bem preparado? Dê o seu pitaco aqui e responda a enquete ao lado.


Cuidado! Não é um cachimbo.


Vocês achavam que iríamos passar ao largo dessa discussão, né? Lógico que não. Estamos antenados, apurando os fatos para apresentar um posicionamento mais seguro acerca da nota que a SECOM/UnB (Eis a fonte!) divulgou sobre a pesquisa defendida, no próprio CID, pela arquivista Flávia Oliveira. A pesquisa chama atenção para a desatualização do currículo profissional do curso de arquivologia diante das demandas do mercado de trabalho. O percurso metodológico da dissertação contrapõe as disciplinas obrigatórias do currículo com as habilidades requeridas pelos editais de concurso público.

Os principais motivos para o quadro de desatualização apresentado pela dissertação são os seguintes:

- O descompasso entre as tecnologias de informação e a habilidade dos profissionais de arquivo em manejá-las; Cabe aqui destacar que, pelo menos nesse quesito, esse blog vem sendo muito bem utilizado como ferramenta de aprendizagem pelos nossos alunos;

- Desatualização da grade curricular do curso, adotada em 1974.

Esses fatores acarretam na insatisfação dos empregadores para com os recém-egressos do curso de Arquivologia, principalmente pela falta de reflexão durante o período de universidade. Isso denota na incapacidade de elaboração de planos de classificação e tabelas de temporalidade documental por parte dos arquivistas que se aventuram no mercado. Ao que parece, o principal entrave é a dificuldade de aplicação prática dos princípios teóricos aprendidos durante a vida universitária.

Contudo, cabe questionar o verdadeiro papel de uma universidade pública, e até mesmo do profissional de arquivo. Pra que serve uma universidade? As nossas habilidades devem ser subjugadas aos editais de concurso público? Além disso, exercemos com plenitude estas funções após a investidura no cargo? Arquivistas para quê? A coordenadora do curso, Cynthia, ressalta que o ensino universitário não deve ficar à mercê dos ditames do mercado. A própria pesquisadora, Flávia Oliveira, afirma que o interesse particular dos alunos em "passar em concursos públicos acaba tomando o lugar da reflexão sobre a realidade do ofício".

Mas agora vamos aos fatos. O making off do filme revela outra cena. Segue resposta redigida pela própria pesquisadora, retificando os pontos da matéria que não condizem com os resultados apresentados pela pesquisa.

Caro (--------) ,

Gostaria de fazer algumas considerações sobre a matéria elaborada por você e publicada hoje sobre a minha dissertação e sobre o curso de Arquivologia. Acredito que algumas informações obtidas por meio da dissertação e de entrevistas foram mal interpretadas e outras estão realmente equivocadas.

Destaco 3 pontos que merecem uma retificação:


1º: Ponto: “Não bastasse isso, o currículo adotado pela UnB para a formação de arquivistas está defasado em 26 anos”


O currículo sofreu acréscimos de algumas disciplinas durante o funcionamento do curso. De acordo com o quadro 1, apresentado na página 20, foi acrescentada a disciplina: Introdução a Microinformática e foram modificadas as disciplinas: Contabilidade Geral foi substituída por Sistemas Contábeis Aplicados à Arquivologia, Análise Documentária foi substituída por Análise da Informação,


2º: Ponto: “A pesquisadora não apenas identificou as quatro atividades exigidas pelos empregadores que não são contempladas no curso da UnB, como constatou que elas estão entre as mais procuradas pelo mercado de trabalho. Para chegar a essa conclusão, Flávia criou um ranking das tarefas mais cobradas. Fez isso a partir de um comparativo entre as 33 disciplinas obrigatórias e optativas oferecidas no curso e as 38 habilidades relacionadas nos editais de concursos públicos, a principal fonte de contratação de arquivistas”


Na comparação entre a estrutura curricular e as habilidades demandadas sobre o curso, foram identificadas quatro atividades que não são abordadas. Quatro entre 38 é uma porcentagem pequena e o capítulo 3.2 conclui que: “Contudo, se das 38 atividades identificadas nos editais de concurso público somente essas quatro não fazem parte das ementas disciplinares e dos planos de ensino do curso de Arquivologia, infere-se, que o currículo do curso de Arquivologia aborda a maioria dos conteúdos relacionados como necessários para o desenvolvimento das atividades arquivísticas no mercado de trabalho.” (p.94) Desse modo, a interpretação que vc utilizou na matéria não está de acordo com as conclusões da pesquisa.

3º: Ponto: “a pesquisa de Flávia aponta que a porcentagem de desligamentos do curso está entre as maiores da UnB. Chegou a uma média de 22,02% entre 1998 e 2002”


Dissertação: Estatísticas de Desligamento – páginas 55 à 61.
A FA (Faculdade de Estudos Sociais Aplicados), que hoje é a FACE, apresentou os maiores índices de desligamento no período observado (p.58) No entanto, esses números são mais altos nos cursos de Administração e Contabilidade. Os cursos de Arquivologia e Biblioteconomia apresentaram números baixos. (p.60) O cursos de Arquivologia apresentou um dos MENORES ÍNDICES DE DESLIGAMENTO da Unb. O índice médio do curso de Arquivologia foi de 3.01%, enquanto o menor entre as outras faculdades foi de 1,07% e o maior 11,3%. (p.60)

Sendo assim, o último parágrafo sobre o “abandono” do curso deveria ser retirado do site com urgência.


Solicito, portanto, uma retificação na matéria que, da forma que foi apresentada, somente desqualifica o curso de Arquivologia e não contribui para a melhoria do ensino universitário. Os diversos pontos positivos apresentados na dissertação, tais como, o crescimento da procura pelo curso, a redução da porcentagem de abandono e o aumento da procura pelo profissional no mercado de trabalho, não foram considerados na matéria.


O que nos resta é dizer: Não é um cachimbo. Não precisa colar o nariz na tela. É só uma imagem. E daí? O que você acha? Está sendo bem preparado? Dê o seu pitaco aqui e responda a enquete ao lado.


quinta-feira, 29 de abril de 2010

Coiso, coisa, trem e troço: como é difícil a definição terminológica na Arquivologia.

Muitas vezes as definições terminológicas mais atrapalham do que ajudam nas atividades arquivísticas. O tal do "tipo documental" é um termo ao mesmo tempo fundamental e complexo. Muitos autores concordam com a necessidade de "algo" que indique o "tipo", porém o que seria esse "algo", exatamente, não é assim tão consensualmente definido. O excerto de e-mail abaixo é parte de um debate, ainda longe de se encerrar que o Prof. Bogdan Popovic e eu estamos a tempo levando sobre a questão. O texto em inglês é intraduzível, posto que os dois termos básicos (kind e type) podem significar a mesma coisa em português.
Well, my initial problem raises from translation: I have "kind of records" and "records type". On the other hand, I have in ISAD(g) the term "form", that is--if you ask me--erroneous put there. If you look th ISAD(g) definition, it looks that is either "type" or "kind", but not form: form means in English something standardized, a sort of table: "fill up the application form". That means, ISAD(g) should be improved. (But, note that in Italian "type" is "forma", so here was the point of  mistake). 
Coming back to the initial problem, if you look over the examples associated with MoReq2, you can see they might be referred to also as kind and type.And I had a problem, because I considered "genus" to be more detailed and type/category to be the general one. Because of this, I could not correctly understand nor the Luciana's e-mail, nor your's.
But, you said something yesterday and with the examples on the blog I figured it out: kind is genus and it is the general; type is the category, it is subordinate to the kind/genus, and has, as you brilliantly put it, "attached a function": KIND: report; TYPE (category): customer report or activity report or internal report. 
Para quem não conheceu, o Prof. Bogdan esteve no CID no ano passado, colaborando com as atividades do IV WICI (acesse aqui pequeno resumo sobre ele. Veja as fotos da aula dele para a Arquivologia aqui). Ao lado de suas atividades de arquivista e professor, mantém um blog sobre arquivologia (acesse aqui o Bogdan"s Archival Blog). 


Como se nota, a discussão terminológica é muito árdua e está longe de um desfecho consensual.

Coiso, coisa, trem e troço: como é difícil a definição terminológica na Arquivologia.

Muitas vezes as definições terminológicas mais atrapalham do que ajudam nas atividades arquivísticas. O tal do "tipo documental" é um termo ao mesmo tempo fundamental e complexo. Muitos autores concordam com a necessidade de "algo" que indique o "tipo", porém o que seria esse "algo", exatamente, não é assim tão consensualmente definido. O excerto de e-mail abaixo é parte de um debate, ainda longe de se encerrar que o Prof. Bogdan Popovic e eu estamos a tempo levando sobre a questão. O texto em inglês é intraduzível, posto que os dois termos básicos (kind e type) podem significar a mesma coisa em português.
Well, my initial problem raises from translation: I have "kind of records" and "records type". On the other hand, I have in ISAD(g) the term "form", that is--if you ask me--erroneous put there. If you look th ISAD(g) definition, it looks that is either "type" or "kind", but not form: form means in English something standardized, a sort of table: "fill up the application form". That means, ISAD(g) should be improved. (But, note that in Italian "type" is "forma", so here was the point of  mistake). 
Coming back to the initial problem, if you look over the examples associated with MoReq2, you can see they might be referred to also as kind and type.And I had a problem, because I considered "genus" to be more detailed and type/category to be the general one. Because of this, I could not correctly understand nor the Luciana's e-mail, nor your's.
But, you said something yesterday and with the examples on the blog I figured it out: kind is genus and it is the general; type is the category, it is subordinate to the kind/genus, and has, as you brilliantly put it, "attached a function": KIND: report; TYPE (category): customer report or activity report or internal report. 
Para quem não conheceu, o Prof. Bogdan esteve no CID no ano passado, colaborando com as atividades do IV WICI (acesse aqui pequeno resumo sobre ele. Veja as fotos da aula dele para a Arquivologia aqui). Ao lado de suas atividades de arquivista e professor, mantém um blog sobre arquivologia (acesse aqui o Bogdan"s Archival Blog). 


Como se nota, a discussão terminológica é muito árdua e está longe de um desfecho consensual.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Sobre autenticidade e veracidade

Autenticidade e veracidade são características documentais complementares, que tendem a serem confundidas pelo senso comum. A autenticidade diz respeito à geração de um documento e às qualidades que o legitimam para que ele possa exercer a plenitude de sua função administrativa, inclusive em termos legais. Por exemplo, as decisões de uma reunião somente terão valor efetivo se forem anotadas em uma ata e se a referida ata estiver revestida de autenticidade, ou seja, se realmente for resultante daquela reunião e se realmente tiver sido aprovada pelos participantes da reunião, devidamente registrada e contar com o tipo adequado de informações dispostas de modo tradicional (para atas). Eventualmente, a mesma reunião pode ter tomado decisões que não se efetivaram ou ter incorrido em erro na análise de algum assunto. Os aspectos referentes ao conteúdo do documento dizem respeito à veracidade e não podem ser confundidos com a autenticidade. Por mais que uma ata não espelhe exatamente o ocorrido na reunião (por exemplo, a informação sobre um participante que erroneamente foi dado como ausente), se ela seguiu todos os trâmites normais para a sua aprovação ela será sempre autêntica, mesmo que parte de sua informação não seja verídica.
A Reitoria da UnB, em recente nota, informou que procederá ao pagamento integral das URPs atrasadas dos docentes daquela instituição. A nota é autêntica, pois está divulgada no portal da UnB com a rubrica de “nota oficial da Reitoria” (clique aqui para confirmar).
No entanto, a autenticidade não é garantia de veracidade. Isso quer dizer que, a despeito de ser uma nota pública, emanada da autoridade máxima da Universidade, nem todos os docentes irão receber o pagamento integral da URP, conforme pode ser verificado em um contracheque (também autêntico, emitido pelo site do SIAPE) de um docente daquela instituição, no qual os vencimentos referentes às URPs, atuais e atrasadas, não estão contemplados:
Dos males o menor; pelo menos o não lançamento da URP no contracheque acima se converteu em exemplo didático para fixação dos conceitos de autenticidade e veracidade:
  • a nota oficial da Reitoria é AUTÊNTICA, porém, infelizmente para aquele docente, INVERÍDICA;
  • o contracheque é AUTÊNTICO e VERÍDICO, infelizmente para o mesmo docente (que não vai receber URP nenhuma).


Proposta de atividade cidadã
Analise discursos sobre a importância da educação pública de nível superior no Brasil considerando o contracheque reproduzido acima, no qual o salário de um doutor em regime de dedicação exclusiva é de R$ 2.388,27, (todo o resto, como é gratificação, pode, a qualquer momento, vir a ser contestado, assim como a URP) e:
  1. discuta autenticidade e veracidade dos discursos;
  2. comente as perspectivas futuras da universidade pública brasileira.

Sobre autenticidade e veracidade

Autenticidade e veracidade são características documentais complementares, que tendem a serem confundidas pelo senso comum. A autenticidade diz respeito à geração de um documento e às qualidades que o legitimam para que ele possa exercer a plenitude de sua função administrativa, inclusive em termos legais. Por exemplo, as decisões de uma reunião somente terão valor efetivo se forem anotadas em uma ata e se a referida ata estiver revestida de autenticidade, ou seja, se realmente for resultante daquela reunião e se realmente tiver sido aprovada pelos participantes da reunião, devidamente registrada e contar com o tipo adequado de informações dispostas de modo tradicional (para atas). Eventualmente, a mesma reunião pode ter tomado decisões que não se efetivaram ou ter incorrido em erro na análise de algum assunto. Os aspectos referentes ao conteúdo do documento dizem respeito à veracidade e não podem ser confundidos com a autenticidade. Por mais que uma ata não espelhe exatamente o ocorrido na reunião (por exemplo, a informação sobre um participante que erroneamente foi dado como ausente), se ela seguiu todos os trâmites normais para a sua aprovação ela será sempre autêntica, mesmo que parte de sua informação não seja verídica.
A Reitoria da UnB, em recente nota, informou que procederá ao pagamento integral das URPs atrasadas dos docentes daquela instituição. A nota é autêntica, pois está divulgada no portal da UnB com a rubrica de “nota oficial da Reitoria” (clique aqui para confirmar).
No entanto, a autenticidade não é garantia de veracidade. Isso quer dizer que, a despeito de ser uma nota pública, emanada da autoridade máxima da Universidade, nem todos os docentes irão receber o pagamento integral da URP, conforme pode ser verificado em um contracheque (também autêntico, emitido pelo site do SIAPE) de um docente daquela instituição, no qual os vencimentos referentes às URPs, atuais e atrasadas, não estão contemplados:
Dos males o menor; pelo menos o não lançamento da URP no contracheque acima se converteu em exemplo didático para fixação dos conceitos de autenticidade e veracidade:
  • a nota oficial da Reitoria é AUTÊNTICA, porém, infelizmente para aquele docente, INVERÍDICA;
  • o contracheque é AUTÊNTICO e VERÍDICO, infelizmente para o mesmo docente (que não vai receber URP nenhuma).


Proposta de atividade cidadã
Analise discursos sobre a importância da educação pública de nível superior no Brasil considerando o contracheque reproduzido acima, no qual o salário de um doutor em regime de dedicação exclusiva é de R$ 2.388,27, (todo o resto, como é gratificação, pode, a qualquer momento, vir a ser contestado, assim como a URP) e:
  1. discuta autenticidade e veracidade dos discursos;
  2. comente as perspectivas futuras da universidade pública brasileira.

Ex-aluno de diplomática propõe atividade de reflexão de filme

Rafael de Almeida, está se tornando em um grande colaborador deste blog. Seguindo à sugestão do filme argentino da semana passada hoje ele faz uma análise do mesmo e propõe um novo desafio. Saiba mais sobre o filme lendo nota em revista virtual de cinema, clicando aqui.


Segue, na íntegra, a colaboração do Rafael, a quem agradeço:


Olá Pessoal,

Bem, pra quem assistiu ao filme percebeu que na Argentina os estagiários também são tratados a esporros, não!? Pois bem... Após o Juiz dar o caso como resolvido e pedir arquivamento do processo, este passa a fase intermediária e fica cerca de um ano semi-ativo, “fora” das atividades administrativas do órgão. Porém, voltemos um pouco às duas seguintes situações:
  1. No ano de 1975 Liliana Colloto é encontrada morta em sua casa; o caso é aberto e o laudo é claro:  homicído qualificado por estupro. Pouco tempo depois dois inocentes são detidos e acusados como responsáveis pelo crime. O que chama a atenção é que um dos oficiais de justiça sabia que havia prendido inocentes e só o fez por promoção pessoal, ou até mesmo por ter noção de sua incapacidade (preguiça) de solucionar o crime; Posteriormente o caso é encerrado e o processo arquivado. Enfurecido com a negligência do colega de trabalho, Benjamín Espósito (Primeiro Oficial de Justiça) permanece com o caso na cabeça e decide agir por conta própria à procura do verdadeiro assassino. O suspeito é Isodoro Gómez, amigo de infância de Liliana, visto em muitas fotos nos álbuns da vítima. Nas fotos em questão, Gómez admira Liliana com um ar de "adoração". Após coletar os dados de Gómez, Benjamín decide negligenciar as ordens de seu Juiz, que o impediu de reabrir o caso e começar novas investigações, invadindo a casa de uma senhora com quem o suspeito trocava correspondências, no intuito de ler tais cartas. Devido as trapalhadas de seu companheiro, Beijamin foge com as cartas e no dia seguinte toda a trama do “fazer justiça com as próprias mãos” vai por água baixo por ocasião de o Juiz descobrir o plano.
  2. Um ano se passa, e tomado por um sentimento de nostalgia, Benjamin decide se dar uma nova chance e solucionar o mistério, contando com a ajuda de sua chefe e Secretária do Juizado, Irene. Ao tomar conhecimento dos planos de Benjamin, Irene responde:
    "Estão me propondo adulterar um documento público oficial que tem minha assinatura e a do Juiz? Falsificar decisões, como também as datas para fazer parecer que a causa está em andamento?"
    E tal procedimento é realizado.
    Desafio 1
    Na primeira situação o processo é encerrado e arquivado mesmo sabendo que o oficial de justiça corrupto coletou informações erradas as registrou na tentativa de mascarar toda a situação para ser promovido. Levando, inclusive, 2 inocentes à prisão por certo tempo. Neste caso, o documento tanto na sua fase corrente quanto na intermediária é autêntico e verídico? Justifique.
      
    Desafio 2
    Para que o processo fosse desarquivado e voltasse a fase corrente foi necessária a adulteração de informações do todo o processo, inclusive assinaturas, decisões e datas. Neste caso, o “fazer justiça com as próprias mãos” volta a vigorar mesmo que de maneira criminosa. Ora, mesmo agindo de tal forma o assassino verdadeiro foi preso e condenado pois desta vez a coleta de informações foi feita de maneira correta. Consequentemente, informações verdadeiras foram registradas em um processo que para ser aberto novamente teve de ser adulterado, caso contrário o criminoso não seria detido. Neste caso o documento é autêntico e verídico? Justifique.


    Desafio 3
     

    No post da “A Ilha do Medo” foi levantada a discussão sobre a relevância do contexto em que o documento que se encontra. Reexplorando este tema dentro do filme “O segredo de seus olhos”, as fotografias vistas pelo Primeiro Oficial Benjamin foram o pontapé para dar início profundo às investigações. Antes de Liliana Colloto ser assassinada, nos anos anteriores a 1975, as fotografias assumiam um contexto distinto do pós 1975. Compare estes 2 contextos e faça análise tipológica destes documentos no pré e no pós 1975.

    Desafio 4
    Quando Benjamin tomou posse das cartas que o criminoso trocava com a velha senhora, o oficial transcreveu os detalhes mais importantes escritos com a idéia de descobrir os últimos lugares por onde Gómez havia passado, conhecendo suas paixões e gostos, sendo que apenas uma das cartas era recente. A descrição foi a seguinte:
     “12 cartas, 31 folhas em papel fino, menciona 5 empregos, 2 como operário, um como vendedor de verduras e dois sem detalhes. Três localidades fora de Buenos Aires: Monte Grande, San Justo e Avallaneda. 6 nomes próprios: Anido, Mesías, Oleniak, Manfredini, Babastro e Sánchez. Somente uma referência a uma mulher. Uma tal Rosa, provavelmente uma tia.”
    De que forma uma análise tipológica documental contribuiria para desvendar ou descobrir maiores informações sobre os produtores dos documentos?

    Ex-aluno de diplomática propõe atividade de reflexão de filme

    Rafael de Almeida, está se tornando em um grande colaborador deste blog. Seguindo à sugestão do filme argentino da semana passada hoje ele faz uma análise do mesmo e propõe um novo desafio. Saiba mais sobre o filme lendo nota em revista virtual de cinema, clicando aqui.


    Segue, na íntegra, a colaboração do Rafael, a quem agradeço:


    Olá Pessoal,

    Bem, pra quem assistiu ao filme percebeu que na Argentina os estagiários também são tratados a esporros, não!? Pois bem... Após o Juiz dar o caso como resolvido e pedir arquivamento do processo, este passa a fase intermediária e fica cerca de um ano semi-ativo, “fora” das atividades administrativas do órgão. Porém, voltemos um pouco às duas seguintes situações:
    1. No ano de 1975 Liliana Colloto é encontrada morta em sua casa; o caso é aberto e o laudo é claro:  homicído qualificado por estupro. Pouco tempo depois dois inocentes são detidos e acusados como responsáveis pelo crime. O que chama a atenção é que um dos oficiais de justiça sabia que havia prendido inocentes e só o fez por promoção pessoal, ou até mesmo por ter noção de sua incapacidade (preguiça) de solucionar o crime; Posteriormente o caso é encerrado e o processo arquivado. Enfurecido com a negligência do colega de trabalho, Benjamín Espósito (Primeiro Oficial de Justiça) permanece com o caso na cabeça e decide agir por conta própria à procura do verdadeiro assassino. O suspeito é Isodoro Gómez, amigo de infância de Liliana, visto em muitas fotos nos álbuns da vítima. Nas fotos em questão, Gómez admira Liliana com um ar de "adoração". Após coletar os dados de Gómez, Benjamín decide negligenciar as ordens de seu Juiz, que o impediu de reabrir o caso e começar novas investigações, invadindo a casa de uma senhora com quem o suspeito trocava correspondências, no intuito de ler tais cartas. Devido as trapalhadas de seu companheiro, Beijamin foge com as cartas e no dia seguinte toda a trama do “fazer justiça com as próprias mãos” vai por água baixo por ocasião de o Juiz descobrir o plano.
    2. Um ano se passa, e tomado por um sentimento de nostalgia, Benjamin decide se dar uma nova chance e solucionar o mistério, contando com a ajuda de sua chefe e Secretária do Juizado, Irene. Ao tomar conhecimento dos planos de Benjamin, Irene responde:
      "Estão me propondo adulterar um documento público oficial que tem minha assinatura e a do Juiz? Falsificar decisões, como também as datas para fazer parecer que a causa está em andamento?"
      E tal procedimento é realizado.
      Desafio 1
      Na primeira situação o processo é encerrado e arquivado mesmo sabendo que o oficial de justiça corrupto coletou informações erradas as registrou na tentativa de mascarar toda a situação para ser promovido. Levando, inclusive, 2 inocentes à prisão por certo tempo. Neste caso, o documento tanto na sua fase corrente quanto na intermediária é autêntico e verídico? Justifique.
        
      Desafio 2
      Para que o processo fosse desarquivado e voltasse a fase corrente foi necessária a adulteração de informações do todo o processo, inclusive assinaturas, decisões e datas. Neste caso, o “fazer justiça com as próprias mãos” volta a vigorar mesmo que de maneira criminosa. Ora, mesmo agindo de tal forma o assassino verdadeiro foi preso e condenado pois desta vez a coleta de informações foi feita de maneira correta. Consequentemente, informações verdadeiras foram registradas em um processo que para ser aberto novamente teve de ser adulterado, caso contrário o criminoso não seria detido. Neste caso o documento é autêntico e verídico? Justifique.


      Desafio 3
       

      No post da “A Ilha do Medo” foi levantada a discussão sobre a relevância do contexto em que o documento que se encontra. Reexplorando este tema dentro do filme “O segredo de seus olhos”, as fotografias vistas pelo Primeiro Oficial Benjamin foram o pontapé para dar início profundo às investigações. Antes de Liliana Colloto ser assassinada, nos anos anteriores a 1975, as fotografias assumiam um contexto distinto do pós 1975. Compare estes 2 contextos e faça análise tipológica destes documentos no pré e no pós 1975.

      Desafio 4
      Quando Benjamin tomou posse das cartas que o criminoso trocava com a velha senhora, o oficial transcreveu os detalhes mais importantes escritos com a idéia de descobrir os últimos lugares por onde Gómez havia passado, conhecendo suas paixões e gostos, sendo que apenas uma das cartas era recente. A descrição foi a seguinte:
       “12 cartas, 31 folhas em papel fino, menciona 5 empregos, 2 como operário, um como vendedor de verduras e dois sem detalhes. Três localidades fora de Buenos Aires: Monte Grande, San Justo e Avallaneda. 6 nomes próprios: Anido, Mesías, Oleniak, Manfredini, Babastro e Sánchez. Somente uma referência a uma mulher. Uma tal Rosa, provavelmente uma tia.”
      De que forma uma análise tipológica documental contribuiria para desvendar ou descobrir maiores informações sobre os produtores dos documentos?

      segunda-feira, 19 de abril de 2010

      Ex-aluno de diplomática indica filme


      Recebi um e-mail do Rafael, que tem acompanhado nosso blog (afinal no semestre passado ele era um dos alunos-usuários) indicando um filme para análise arquivística.
      Olá professor André, 
      Eu cursei diplomática com o senhor no semestre passado e venho acompanhando o desenrolar da disciplina neste primeiro semestre de 2010 com todas aquelas criações e desafios nos blogs mais uma vez, o que acho interessante. Gostei da exploração do conteúdo abrangendo a temática do filme "Shutter Island" e tudo mais.
      Semana passada eu assisti "El secreto de sus ojos", o filme argentino que ganhou o oscar. E Por falar nisso, um filme incrivelmente bom e plenamente trabalhável na discussão de diplomática e tipologia documental dentre outras implicações na área da arquivística.
      O assunto do meu e-mail se baseia em dar esse toque ao senhor e dizer que vale a pena conferir, apreciar e explorar. Acredito que ainda esteja em cartaz em algumas salas de cinema do DF e, caso não esteja, o filme está disponível pra download na rede. Eu baixei do link abaixo e a imagem e áudio estão excelentes. Então fica a dica! Até mais professor.
      Rafael Almeida de Lima
      O link que ele menciona é esse daqui. No entanto, vosso mestre, por ser um naturalizado digital (e não um nativo, como vocês) não conseguiu fazer o download...

      Além de agradecer ao Rafael, já o convidei para fazer um post-desafio. Preparem-se!

      Ex-aluno de diplomática indica filme


      Recebi um e-mail do Rafael, que tem acompanhado nosso blog (afinal no semestre passado ele era um dos alunos-usuários) indicando um filme para análise arquivística.
      Olá professor André, 
      Eu cursei diplomática com o senhor no semestre passado e venho acompanhando o desenrolar da disciplina neste primeiro semestre de 2010 com todas aquelas criações e desafios nos blogs mais uma vez, o que acho interessante. Gostei da exploração do conteúdo abrangendo a temática do filme "Shutter Island" e tudo mais.
      Semana passada eu assisti "El secreto de sus ojos", o filme argentino que ganhou o oscar. E Por falar nisso, um filme incrivelmente bom e plenamente trabalhável na discussão de diplomática e tipologia documental dentre outras implicações na área da arquivística.
      O assunto do meu e-mail se baseia em dar esse toque ao senhor e dizer que vale a pena conferir, apreciar e explorar. Acredito que ainda esteja em cartaz em algumas salas de cinema do DF e, caso não esteja, o filme está disponível pra download na rede. Eu baixei do link abaixo e a imagem e áudio estão excelentes. Então fica a dica! Até mais professor.
      Rafael Almeida de Lima
      O link que ele menciona é esse daqui. No entanto, vosso mestre, por ser um naturalizado digital (e não um nativo, como vocês) não conseguiu fazer o download...

      Além de agradecer ao Rafael, já o convidei para fazer um post-desafio. Preparem-se!

      domingo, 18 de abril de 2010

      Olha o desafio!

      Fiquem ligados!

      A qualquer momento, ao abrir esse endereço, você pode se deparar com um dedão desse apontando para o seu blog. Inicia-se aqui o quadro dos desafios orientados. Coisa boa, hein? É como o Bial que chega na sua casa e diz "prontos pra prova?". Só que aqui não vale um milhão e meio. Vale muito mais. Está em jogo o seu conhecimento e discernimento, além de um sinalzinho de participação no diário do professor. Mas caso não queira os prêmios, a gente colhe as espigas e entrega o prêmio na sua casa.


      Não vai perder essa oportunidade, vai? Ou vai ficar esperando o caminhão do Gugu chegar com as espigas na sua rua? Então se liga. Esteja sempre com o endereço em mãos e aguarde porque a sua hora vai chegar. Ah, e aproveita pra dar um sorriso pra foto porque seu blog está sendo filmado. clic


      Olha o desafio!

      Fiquem ligados!

      A qualquer momento, ao abrir esse endereço, você pode se deparar com um dedão desse apontando para o seu blog. Inicia-se aqui o quadro dos desafios orientados. Coisa boa, hein? É como o Bial que chega na sua casa e diz "prontos pra prova?". Só que aqui não vale um milhão e meio. Vale muito mais. Está em jogo o seu conhecimento e discernimento, além de um sinalzinho de participação no diário do professor. Mas caso não queira os prêmios, a gente colhe as espigas e entrega o prêmio na sua casa.


      Não vai perder essa oportunidade, vai? Ou vai ficar esperando o caminhão do Gugu chegar com as espigas na sua rua? Então se liga. Esteja sempre com o endereço em mãos e aguarde porque a sua hora vai chegar. Ah, e aproveita pra dar um sorriso pra foto porque seu blog está sendo filmado. clic


      sexta-feira, 9 de abril de 2010

      Arquivo da Comissão de Formatura












      Olá pessoas,

      No último dia 30 o CID formou mais uma turma de Arquivistas, Arquivistas com A maiúsculo. Aproveitando o momento e o entusiasmo, deixo aqui uma sugestão de atividade para vocês, futuros Arquivistas.

      Em uma cerimônia de colação de grau temos, entre outras coisas, o juramento, o discurso do Paraninfo e o discurso do Orador da turma. Cada um desses momentos geram documentos, e cada documento possui valores e contextos diferentes.

      A ideia é a seguinte:

      Vocês deverão fazer uma análise diplomática de cada documento aqui proposto, e uma análise tipológica em três diferentes contextos, arquivo do CAARQ, arquivo do professor André e no arquivo de um formando.

      Arquivo da Comissão de Formatura












      Olá pessoas,

      No último dia 30 o CID formou mais uma turma de Arquivistas, Arquivistas com A maiúsculo. Aproveitando o momento e o entusiasmo, deixo aqui uma sugestão de atividade para vocês, futuros Arquivistas.

      Em uma cerimônia de colação de grau temos, entre outras coisas, o juramento, o discurso do Paraninfo e o discurso do Orador da turma. Cada um desses momentos geram documentos, e cada documento possui valores e contextos diferentes.

      A ideia é a seguinte:

      Vocês deverão fazer uma análise diplomática de cada documento aqui proposto, e uma análise tipológica em três diferentes contextos, arquivo do CAARQ, arquivo do professor André e no arquivo de um formando.

      Atividade: O blog da vez! (2ª parte)

      Hello, guys!
      Essa semana teremos mais um blog na berlinda. Uma curiosidade... vocês sabem o que é berlinda? Segundo o dicionário Michalelis estar na berlinda significa ser alvo de comentários. Segundo o dicionário Aurélio, estar na berlinda é um jogo onde são identificadas qualidades e defeitos e também pode significar ser o assunto do dia. A nossa atividade faz com que o blog da vez seja o alvo de olhares durante uma semana específica, com o objetivo de interação entre os grupos e aperfeiçoamento dos trabalhos.
      Agora, o que todos querem saber...
       
      E o blog da vez é....
      Hora de Comunicar
      Ele deve ser analisado até a próxima sexta-feira (16.04). 
      Bem, para quem esqueceu o que tem que ser feito, aqui vai um lembrete:
      1 - Visitar o blog da vez;
      2 - Analisá-lo quanto a qualidade do conteúdo, clareza dos assuntos tratados pela equipe, quantidade de postagens, atratividade em relação ao tema escolhido e interface do blog; e
      3 - Comentar no blog da vez sobre todos esses quesitos.
      Vamos ao trabalho, galera! 
      ;)

      Atividade: O blog da vez! (2ª parte)

      Hello, guys!
      Essa semana teremos mais um blog na berlinda. Uma curiosidade... vocês sabem o que é berlinda? Segundo o dicionário Michalelis estar na berlinda significa ser alvo de comentários. Segundo o dicionário Aurélio, estar na berlinda é um jogo onde são identificadas qualidades e defeitos e também pode significar ser o assunto do dia. A nossa atividade faz com que o blog da vez seja o alvo de olhares durante uma semana específica, com o objetivo de interação entre os grupos e aperfeiçoamento dos trabalhos.
      Agora, o que todos querem saber...
       
      E o blog da vez é....
      Hora de Comunicar
      Ele deve ser analisado até a próxima sexta-feira (16.04). 
      Bem, para quem esqueceu o que tem que ser feito, aqui vai um lembrete:
      1 - Visitar o blog da vez;
      2 - Analisá-lo quanto a qualidade do conteúdo, clareza dos assuntos tratados pela equipe, quantidade de postagens, atratividade em relação ao tema escolhido e interface do blog; e
      3 - Comentar no blog da vez sobre todos esses quesitos.
      Vamos ao trabalho, galera! 
      ;)

      A diplomática de Shutter Island



      Em pleno período pós-Segunda Grande Guerra, no ápice da ebulição da Guerra Fria, em 1954, dois agentes da Polícia Federal começam a investigação acerca do desaparecimento de uma das internas de um hospital psiquiátrico, situado na ilha Shutter. A partir daí se desenrola uma série de acontecimentos aparentemente conspiratórios e que atrapalham a saída dos investigadores da tal "Ilha do medo".



      No primeiro momento temos a impressão de que estamos diante de um enredo extremamente pesado, até que Scorcese nos convida a entrar no surrealismo do filme por intermédio da mistura ácida entre a fantasia e a realidade dos sonhos do agente Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio). Mergulhamos num imbróglio de sensações, com a nítida impressão de que o aclamado diretor nos coloca no cerne das alucinações do personagem principal da obra.



      Sabemos que até o presente momento vocês devem estar se perguntando: "o que o filme ter a ver com a Diplomática?". Então vamos aos fatos.



      Em certo ponto do filme são apresentados documentos que inserem o espectador na trilha da investigação. E o entendimento da função destes documentos no contexto do filme é crucial para o desfecho do caso. Somos convidados a interpretar a relação destes registros com os acontecimentos da história.



      Justamente nesse ponto podemos debater alguns tópicos relacionados ao que foi visto dentro da disciplina. Os documentos apresentados pelo diretor no decorrer da história são os seguintes:



      a) "Bilhetinho" encontrado embaixo do piso, no quarto de internação;



      b) Um documento que revela algo sobre um novo integrante da "Ilha do medo";



      c) As fotos de algumas crianças.



      Podemos discutir os conceitos de autenticidade e veracidade destes registros à luz da análise diplomática e tipológica, ainda mais com esse excelente misto de realidade e fantasia. Além disso, é viável questionar se os documentos apresentados podem ser considerados como objeto de arquivo. Por isso, os seguintes questionamentos podem vir à tona:



      a) Os documentos são considerados de arquivo? Por quê?



      b) Quem são os produtores dos documentos?



      c) Que elementos podem atestar a autenticidade e veracidade dos registros?



      d) Qual a função (análise tipológica) destes documentos no contexto da história?



      e) Que nome poderíamos dar para esses documentos, caso fôssemos organizar o arquivo do hospital psiquiátrico?



      Vale lembrar que são apenas reflexões importantes feitas no momento em que estamos vendo o filme. Quem quiser postar algo PODE ficar a vontade. Esse texto os convida tanto à reflexão em termos diplomáticos quanto à curiosidade em assistir ao novo filme do tão aclamado Scorcese. Então, o que você está esperando? Confira o nosso colega Fred (http://www.fredburlenocinema.com) analisando o movie. Corra!