quinta-feira, 24 de junho de 2010

Vivendo com fronteiras


Rodrigo Fortes de Ávila

A partir de dezembro deste ano passaportes terão chip eletrônico. No dispositivo serão armazenadas as dez digitais, a foto e a assinatura de quem possui o documento. Apesar de nos situarmos num mundo globalizado - alguém sussurra aqui na minha orelha "vivendo sem fronteiras" -  contraditoriamente discutimos de maneira mais intensa o espaço do ir e vir, as fronteiras do movimento humano. Parece-nos que a tônica da dita e famosa globalização se limita aos espaços demarcados pelas mercadorias e serviços. E quando se fala em termos humanos pipocam os discursos ufanistas e todas as demais consequências que o conceito encerra.
Não é por menos que o carro chefe do novo documento foi a União Europeia, seguida dos Estados Unidos. Com a argumentação de segurança das informações do novo passaporte, pois o chip é travado (não tem como alterar os dados), se camufla o pensamento do controle dos fluxos migratórios (o inferno são os outros). E nessa crista de modernização a custo de subdesenvolvimento, lá vamos nós ao encontro do vislumbre tecnológico.
O novo passaporte vai custar quase o dobro do preço para a Polícia Federal. Resta saber qual será o assalto no bolso de quem viaja; além da periodicidade de renovação do documento. Outro ponto positivo levantado pela PF é a diminuição das filas nos aeroportos, já que o sistema se utiliza da análise biométrica do passageiro. Eu fico aqui na torcida, porque ainda há de chegar o momento em que o INSS identifique o problema do paciente em sua própria casa, que as tão famigeradas filas deixem de ser as culpadas pelo controle humano e que a minha segurança não seja moeda de troca para a perda da privacidade. No final, fica a impressão de que tudo se resume a essa linda canção:



4 comentários:

  1. Ah Priscila...essa do lalalalala...rs... Garçom, mais uma, por favor!

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  2. Ótima postagem!! Adorei o vídeo kkkk

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  3. Quaquaraquaqua!

    Ótimo post! Maravilhoso vídeo!

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  4. Nossa, que interessante! Não sabia... Isso me fez lembrar aquela história de que daqui a pouco os celulares substituirão os cartões de crédito. Acho que vou postar algo sobre isso...

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