terça-feira, 25 de maio de 2010

Vai encarar?


Olá povo,

Lembram-se de que na última aula (21/05) o prof. André falou um pouco sobre o trabalho dos Arquivistas de Madrid e do Plano de Classificação do CONARQ? Também ficou claro que iríamos começar uma nova atividade a fim de motivar a leitura prévia dos textos? Pois é, eis aqui a POSTAGEM MOTIVAÇÃO para que vocês façam essa leitura prévia, que é, por sinal, extremamente importante tanto para aprovação na disciplina, quanto para o crescimento como profissionais de arquivo.

Então, leiam o texto dos Arquivistas de Madrid e:

CONSIDERANDO que o Plano de classificação, temporalidade e destinação do CONARQ deve ser usado por toda administração pública e que o trabalho dos Arquivistas de Madrid tem como objeto os arquivos de vários municípios, ou seja, que ambos tem ampla atuação de uso;

ENTÃO, sugiram outra maneira de pensar o Plano de classificação do CONARQ, considerando os apontamentos do texto dos arquivistas de Madrid; levando em consideração, principalmente, a questão do trâmite abordado neste trabalho.

Como a diplomática e a análise tipológica podem ajudar na estruturação deste instrumento de gestão?

BoA dIvErSãO a ToDoS!
Vocês têm até a próxima sexta-feira (28/05) pra "Pitaquear individualmente" aqui neste espaço! É um bate-papo antes do encontro.

27 comentários:

  1. Pedro, legal as suas considerações. No começo me fez lembrar a tese do prof. Renato, que explicita a falta de uma "metodologia para a classificação". Parece-nos que ela ainda é feita sobre areia movediça. A questão da ausência de diálogo com a própria filosofia para a criação de melhores estruturas taxonômicas. Outro ponto importante destacado foi essa questão do assunto. Acho que isso ficou bem claro com exemplo da Nota à Imprensa da aula passada (que O CARA acertou o nome do documento, já no final da turma. rs). O nosso costume biblioteconômico de "assuntar" os documentos é muito forte. Quanto à estrutura decimal, é um ponto sempre destacado nesta discussão. A partir do momento em que a estrutura passa a "empacar" o processo natural da classificação, ela deve ser repensada. Porque ela não deve ser o pilar da questão. Agora, não sei se nessa sua proposta vc não esteja baixando mais um nível na estrutura hierárquica. O CONARQ já vai lá embaixo. Quanto à questão da Diplomática e tipologia, eu acho que ela pode ir um pouco além do comentado.
    Valeu por inaugurar o espaço. Ah sim, a padronização de Madrid realmente é importantíssima. Mas pra se ter isso, é preciso que se tenha mais rigidez nas estruturas administrativas governamentais. A classificação segue assim: buscando a perfeição, ciente da imperfeição.
    Abraços

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  2. Pedro, em conversa com a Flávia eu percebi que uso o termo Diplomática pra falar da "Diplomática Contemporânea" da Duranti. Que já envolve as duas coisas ao mesmo tempo: a Diplomática, nos aspectos formais, e a análise tipológica. Talvez possa ser isso que esteja "restringindo" a sua visão quanto à aplicação da "Diplomática Contemporânea". Ou seja, a minha falta de clareza atrapalha na sua reflexão.
    Agora, por favor, se desprenda da afirmação decoreba. (rs). Conforme foi dito em sala: fica superficial adotar a função em termos administrativos, esquecendo-se da função q o documento exerce dentro de CADA ARQUIVO. Isso embola um pouco a cabeça da gente. Mas faz toda a diferença na hora de analisar. Agora, como bem lembrado por vc, citando o trabalho dos arquivistas de Madrid, o trâmite é essencial na amarração do contexto. O trabalho de dissertação da Rosa, que a gente vai ler mais adiante, vai deixar mais claro isto com a aplicação prática.

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  3. Flávia (ladies first, always), Pedro e Rodrigo,

    A discussão está excelente. O ponto tocado pela Flávia é o verdadeiro ponto "G" da arquivologia: o documento e seu trâmite. Depois vem a parte do Rodrigo: a função arquivística. Por fim a classificação, com a correspondente codificação (que não tem que, necessariamente, ser numérica).

    O problema é que muitas vezes, principalmente no Brasil essa ordem de importância não é seguida. Algumas vezes alguns elementos são, sumariamente esquecidos. Não vejo no CONARQ nada além da codificação e do assunto; não há identificação do documento, do trâmite e nem da função arquivística.

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  4. Semana passada, eu e a Priscila (FG) e a Thaís (Arquivo Divino) estávamos tentando pensar uma maneira da classificação abranger uma identificação mais próxima do documento, o trâmite e principalmente a função arquivística com estes 3 principais critérios:

    - Sem precisar se limitar a 10 classes.
    - Sem permitir ambiguidades.
    - De modo a envolver toda a organização refletindo suas funções e relações.

    Chegamos a um resultado interessante, mas percebemos que da maneira que acontecia, o plano ia ficar muito exaustivo, isso também porque partimos do princípio que o órgão seria bastante grande.

    Eu ainda tenho o rascunho do resultado se quiserem ver posteriormente, e o que percebemos é que dessa forma não parece possível usar somente números..

    Pode deixar Rodrigo, já to começando a esquecer esse decoreba. E Flávia, eu não sei se entendi muito bem sobre o trâmite mas pelo que entendi, o trâmite seria tipo os processos que acontecem até o documento cumprir todas suas atividades; o problema é que o trâmite não é algo expresso, pelo menos nunca vi. Pra entender o trâmite, acho que devemos ir além do documento em si e procurarmos entender a atividade que o gerou, quem gerou, por que?... Aquelas perguntinhas.. Isso se o que eu entendi estiver certo =D..

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  5. Pedro,
    Isso mesmo o trâmite acontece no decorrer de uma atividade e desta nasce o documento de arquivo. Quanto ao trâmite ser expresso, muitas empresas, possivelmente mais nas empresas privadas que nas públicas, há um mapeamento dos processos e dos procedimentos. Desta forma as atividades são padronizadas, ou seja, a sequência das tarefas segue sempre um fluxo pré-determinado.

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  6. Muito boa a discussão. Gostaria de dar meu pitaco também.
    Venho percebendo o mal do estágio desregrado durante o curso. Apesar das explicações dos professores nós ficamos cada vez mais viciados no plano do CONARQ. Em outras disciplinas discutimos seus erros, os problemas do assunto gerar ambiguidade, etc. Mas acho que a ficha só está caindo agora. A análise tipológica deveria ser um dos passos para a criação dos planos de classificação. Ao meu ver o trámite é realmente a parte principal dessa questão mas também a que requer mais trabalho. Deveremos usar todas as fontes possíveis de informação para entendê-lo. E acho que é a partir dele que comprienderemos o que é o documento e para que foi criado. Só depois desse procedimento teriamos certeza em que série o documento se encaixaria. Sem o trámite classificar um documento vira adivinhação.
    Posso dizer que em todos os lugares que estagiei nenhum de meus supervisores entendiam a importância da classificação ou não conseguiram passá-la para mim. Viam o plano como um instrumento para facilitar a recuperação da informação. Só isso.
    Agora consegui enteder a bendita organicidade mais uma vez.
    A classificação não é feita para o usuário mas para o documento em si. Só com ela poderemos entendê-lo, inclusive seu possível valor secundário. E mantendo a organicidade poderemos explorar o documento ao máximo.

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  7. Opa agora chegou minha vez de falar também... Concordo com vocês, estamos completamente viciados no plano do CONARQ, e muitas vezes acabamos por esquecer os fundamentos básicos de arquivologia para fazer uma boa classificação.
    Ainda não sei afirmar se aprendi aplicar a diplomatica e a tipologia numa classificação. Como foi mencionado acima pelo colega Pedro tivemos uma discussão sobre um plano de classificação que utilizaria exatamente essa linha de raciocinio, ou seja, um classificação baseada na espécie documental, na funçao arquivistica... Mas uma pergunta que ficou no ar é como aplicar em um órgão uma tabela sem que ela fique tão exaustiva (como a da nossa ideia ficou)? Mas, mesmo assim -ao meu ver - ainda é mais viavel do que uma tabela feita às pressas e que não leva em conta o principal motivo da área para qual ela foi criada, como a ORGANICIDADE e outros...
    E sobre o texto de Madrid eles conseguiram desenvolver uma linha de raciocínio utilizando a tipologia, muito legal, e ainda conseguiram definir o tramite para os processos, podendo assim ocorrer uma padronização para os orgãos que decidirem usá-lo.

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  8. Não tem jeito. A tabela será grande mesmo.

    A tipologia de Madrid é um livro.

    A tabela do CONARQ é um belo tijolinho: volumosa, pesada, inflexível e usada pelos peões do arquivo, não pelos arquitetos...

    O caminho para uma tipologia de verdade é partir de cada espécie documental, uma a uma, e começar a entender suas características, em todas as dimensões: físicas, administrativas (trâmite), jurídicas, arquivísticas etc...

    Vai ser grande? Muito provavelmente sim, mas, como dizem, tamanho não é documento... A questão não é o tamanho, mas a qualidade. Em uma administração pública complexa e confusa como a nossa não há como pensar em um instrumento desse tipo que seja sintético.

    Esse é o motivo de os grupos fazerem (em cada blog) simulações de tal procedimento com universos mais restritos. Mas são apenas simulacros. Treino é treino e jogo é jogo... Como docente, espero que isso ajude na preparação dos futuros arquivistas para atuarem bem no jogo do mercado, cuja discussão tem sido cada vez mais frequente.

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  9. Ao ler o manual do Grupo de Madri, achei muito semelhante ao plano de classificação da atividade meio do Estado de São Paulo, pois este é estruturado de acordo com a função/ atividade do documento, em seguida pela tipologia. Acredito que se algo semelhante fosse adotado em substituição ao plano de classificação do Conaq, muitos problemas presentes na resolução nº 14 do Conarq, a exemplo do documento de férias de servidor, citada anteriormente pelo Pedro, poderiam ser resolvidos. Mas, acredito também, que assim como feito em Madri, será necessária a análise diplomática de todos os documentos produzidos pela Administração Pública. Porém, fico muito em dúvida quanto a aplicação desse tipo de estrutura no plano de classificação devido a dimensão (espaço físico) que o arquivo pode passar a ter.

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  10. Bom gente, concordo também que estamos sim meio viciados na tabela do CONARQ, porém temos toda a credibilidade e quase todo o embasamento necessários para discutirmos os códigos e propormos modificações, as quais são muito pertinentes, pois como sabemos apesar de possuírem alguns docs em comum, a maioria das organizações/instituiçoes possuem enorme discrepância em relação ao que acumulam. Daí surge tambem a necessidade de os profissionais elaborarem novos códigos e não apenas terem o comodismo de utilizarem algo já feito. E foi uma dessas discussões que levou a mim e a meus amigos a formularmos o código de classificação para a Creche Leôncio Correia, da Imprensa Nacional. Tal motivação se deu justamente pela falta de contemplação por parte da resolução 14. Quantos aos arquivistas espanhóis realmente se trata de uma bela idéia, mas quando falamos de diversas áreas e instituições, creio eu que o melhor a fazer é trabalhar mesmo em cima das particularidades de cada um. Att.

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  11. O plano do CONARQ para mim é falho em alguns pontos, já citados aqui:
    .Somente 10 classes;
    . Códigos EXTREMAMENTE ambíguos, você pode classificar um doc em pelo menos 3 códigos diferentes, que ainda assim parecerão que estão no lugar certo, isso é a classificação por assunto;
    . Ele é obrigatório, mas e se não fosse? Cada um poderia E criaria códigos e planos e tabelas a seu bel prazer, vários arquivistas hoje em cargo de chefia na administração pública, não tem a menor preparação técnica para exercer cargo de arquivista, todos nós, TODOS, já estagiamos ou ouvimos de colegas sobre como seus chefes não conhecem a área, e imaginem, como seriam os arquivos e seus instrumentos criados por essas pessoas.

    O CONARQ veio com uma idéia boa de unificar a administração pública, e com isso dar subsídios para a “privada” XD

    Mas começou errado. Em teoria classificar por função é o mais correto, mas ainda não vi nenhum lugar em Brasília que faça assim, corrigindo, a ANVISA é o que mais se aproxima disso, e quantos planos e tabelas foram aprovados pelo Arquivo Nacional? Só o dela.

    Por assunto é falho, em algum momento vão perceber essa falha, principalmente na questão da ambigüidade, vi muitos arquivistas criarem dicionários internos de taxonomia, e outras idéias criativas que contornam as falhas do CONARQ. Mas André, tú faz muito barulho, que assunto é coisa de biblioteca e mais barulho, por função teríamos ótimos resultados, mas apresente diretamente as falhas, um plano e uma tabela completa que seja por função, quem fez esse trabalho, em qual empresa, pois trabalhos corretos e bem feitos tem que ser divulgados.

    A idéia dos arquivistas de Madri foi excelente, e a grande adesão, vem também pela não obrigatoriedade dela. Fiquei sem ar, mas tarde volto aqui.

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  12. Parece que o vício é consciente. Será que dá futuro uma clínica de reabilitação pra arquivistas, técnicos, auxiliares, quem quer que seja que classifique docs....? =D

    Pensando numa solução para isso me caiu a ficha de uma ferramentinha muito presente dos profissionais de administração: os fluxogramas por atividade.

    Essas ferramentas, se bem construídas, podem ser uma grande mão-na-roda pra compreendermos o trâmite das principais atividades pelo menos. E pras atividades pequenas que também geram documentos? Acho que aí vai um pouquinho de behaviorismo pra enteder os trâmites! Quem concorda?

    Ao mesmo tempo, percebi que a maior dificuldade para isso é fazer o que fizeram os archiveros de madrid: Por onde começar a analisar as tipologias - logo os trâmites - das atividades que geram documentos. Isso indica que existe um comportamentalismo natural dos órgãos públicos, pelo menos de madrid, ao executar-se cada atividade, ou seria muita coincidência termos 51 trâmites comuns a diversos órgãos, acho que mesmo sem considerar aqueles trâmites que são ditos na legislação sobre alguma atividade. Mas nesse caso não se precisa investigação, basta ler a legislação. Entenderam, acho que não vou conseguir desenhar isso..

    No fim das contas, será que no Brasil tbm não existe uma linha padrão, no sentido de comportamento, que leve as atividades num caminho comum? As vezes a gente tem tesouro enterrado e não tem a pá.... Mas quão profundo deve estar esse tesouro nas nossas pilhas de mda?.... O melhor caminho é começar a escavação pelo mennos e sairmos dos "e se...".

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  13. Matheus, não entendi muito bem o que vc quis dizer. Uma hora o plano do CONARQ é bom pq é obrigatório, o que proíbe todo mundo a fazer classificação a seu "bel prazer". Em outro momento o trabalho dos Archiveros de Madrid é bom pq não há obrigatoriedade. Mas afinal, vc acha melhor a obrigatoriedade ou não? Só queria entender melhor o seu ponto de vista.
    Quantos à discussão, eu não acho que ela signifique que não se pode aproveitar nada do CONARQ. Muito pelo contrário, se discute o que pode ser melhorado. O que não se discute é pq ainda tá dando certo. E é como o Rodrigo falou: a reflexão da insuficiência do instrumento faz com que os arquivistas repensem numa "pá" de coisas e tentem fazer novos trabalhos.
    E como o Matheus falou tb, esse trabalho foi o pontapé inicial. Uma tentativa de começar as coisas.
    Agora, eu queria muito discutir essa questão do usuário, mas vai sair do foco do debate. E já discuti muito isso com o André, e iria discutir isso com a Priscila novamente. Acredito que a complexidade do trabalho de estruturação de um plano deve se reverter na simplicidade de uso. Mas enfim, depois a gente fala disso. É muito bom ver vários pontos de vista aqui. Isso enriquece muito. Abraços

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  14. Eu abri aqui o link... mas me parece que fica tudo na mesma. É um sistema que auxilia na estruturação. Mas a discussão metodológica se faz antes de sua alimentação. E como se da nossa discussão aqui saísse um plano. E ai a gente fala: "pronto, agora vamos botar no sistema". E ai se usa o aplicativo em questão. E ele vai de baixo pra cima na estruturação. Vou fuçar ele aqui.

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  15. Eu tenho um pouco de pé atrás com livro de receita também. Acho que essas ferramentas devem ser que nem as redações do CESPE: "Tendo a ferramenta acima apenas como inspiração crie a sua própria ferramenta"; o mesmo com o trabalho dos archiveros.

    De fato é interessante se embasar num caminho antigo pra definir os novos. Eu sou contra essa obrigatoriedade do CONARQ devido a isso... Devia servir apenas de inspiração, haja visa que ela parou no tempo: COMPRA DE SOFTWARE COM GUARDA PERMANENTE!!! Q?????

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  16. É uma faca de dois legumes, o primeiro ponto é que a obrigatioriedade do uso do CONARQ não permite planos e tabelas loucas, feitas sem capricho, na administração pública, por outro você fica preso a um plano que não te atende e não conseguirá mudá-lo, apesar que de vez em quando abre-se um espaço para dar pitacos no plano, semestre passado aconteceu isso, mas é duvidoso que mudarão alguma ciosa a partir disso.

    Diferente, a adesão grande ao trabalho de Madri, se deu assim

    Olha queremos fazer um trabalho... esse trabalho está ficando bom... que tal sugerirmos que usem ele já que foi feito por nós... você está livre para escolher, mas participou desse trabalho e sabe que ele te atende...Qual vai escolher?

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  17. É Matheus... ainda tem a questão da funcionalidade. A gente usa o que é funcional. A partir do momento em q não me atende mais, devo rediscutir. A realidade das organizações é flexível e dinâmica, representa um sistema aberto. E, em contrapartida, um código não deve representar um sistema fechado. A desatualização é o caminho natural de um plano. Mas o q importa é o q se faz p que ele se atualize. Agora, no que se refere à padronização, acho q existe uma série de questões que incidem p que o de Madrid possa ter isso. E esses fatores estão acima do arquivo. São questões que dizem respeito à capacidade administrativa do país. E nisso ai o Brasil... ah, esquece... tem copa do mundo mês que vem. rs

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  18. Que bom que esta questão está bombando!
    Tentando acompanhar a discussão... Acredito no que o Professor falou: “tamanho não é documento”. Ao se elaborar um plano de classificação temos que pensar se ele representa o conjunto documental. Não adianta um plano mais sintético, que faça com que a organização dos documentos seja ambígua. Quanto a dimensão, citada pela Kathyanne, pensar na administração pública do tamanho que é dá até agonia, mas acredito que a burocracia deve ser usada a nosso favor. Além disto, tem o que eu já havia dito pitacos acima, que hoje podemos contar com o mapeamento de processos e procedimento, que cada vez mais está sendo difundida tanto na administração pública quanto privada. Está é a mesma coisa que o Pedro cita como fluxogramas.
    Matheus, concordo com você que se não fosse a obrigatoriedade do plano do CONARQ, muitos outros planos biblioteconômicos estariam circulando por aí.
    É isso aí jovens arquivistas! Sejamos fortes porque o trabalho é grande e a responsabilidade é nossa!

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  19. Essa discussão ampliou muitos meus conhecimentos em relação a classificação dos documentos. Apesar de saber que a tabela do Conarq tem muitos defeitos, acho que somos um pouco acomodados com a utilização dela.
    Um dos comentários do Pedro me fez lembrar um software livre, em que todos podem modifica-lo, melhora-lo, aperfeiçoa-lo para torná-lo um sistema melhor. Como as organizações são flexíveis, sempre há a necessidade de mudanças.
    Nunca tinha pensado na importância do trâmite do documento nesse contexto. Agora vejo o quanto ele é importante para a classificação do documento. A padronização das tipologias também é essencial.Ele elimina um pouco o subjetivismo da classificação.O texto de Madrid mostra muito bem esses aspectos.

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  20. Bom dia pessoal, não sei se estou equivocado, mas creio que, como acima citado, a estrutura governamental brasileira possui gargalos que impossibilitam o melhoramento, bem como um estudo mais aprofundado sobre como incluir as iumputações tipologicas e diplomaticas nos instrumentos aquivisticos. Dai, pode se pensar na questão do arquivistica estar presente desde a produção documental, onde é nesse aspecto que cabe o total esclarecimento sobre as devidas medidas adotadas para que se faça a inclusão da analise tiplogica e diplomatica em tais intrumentos, pois como se pode ver, é quase que unanimidade a questão da formulação falha da tabela do Conarq, que como também acima citado necessita em sua essência ser melhorada e de forma alguma abandonada como instrumento apenas testado durante muitos anos.
    Nisso acretito que a indução que se tem em querer utilizar o metodo adotado pelos arquivistas de Madri, em poucos aspectos levaria a obtenção de bons resultados em relação a estrutura governamental brasileira, que sim, está viciada em instrumentos que pouco se flexibilizam e deixam engessada ao extremo a forma de trabalhar do arquivista.
    De fato se faz extrema necessidade a tipologia e a diplomatica serem vistas e considradas como instrumentos balizadores das atividades arquiviticas, pois propriciam melhor compreenção do tramite, de tal forma que as proximas atividades sejam exercidas de forma um tanto quanto mais pro-ativa.

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  21. De fato Alex, também acredito que o Brasil quase sempre emendou daquele jeitinho brasileiro a gestão pública, é só pensarmos na deturpação do sentido de burocracia por exemplo: O que surgiu pra ser o esquema ideal de comunicação de atividades, bem formalizado, tudo bonitinho... virou o inferno astral de todos nós que dependemos do serviço público brasileiro. Com início, meio e sonhado fim às nossas expensas.

    Também acho que a situação arquivística entrou no barco e infelizmente a gestão não se fez desde a produção e como dito pelo Professor e reforçado pela Flávia, não importa o tamanho, mas nós vamos ter que aprender a representar esses conjuntos documentais que surgiram um pouco no caos, eu me preocupava com a amplitude de uma ferramenta desta, mas HÁ DE SER EXTENSO, olha o tamanho do remendo que a gente tem que fazer. Pra isso precisamos dessa sua palavra-chave: devemos ser pro-ativos na resolução destes problemas pra que futuramente as atividades se dêem proativamente e com naturalidade. UTOPIA? Depende do ponto de vista...

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  22. Lendo os "pitacos" percebi o quanto a questão da "obrigatoriedade" do código do CONARQ está sendo discutida, em minha opinião um modelo proposto/sugerido, como é o caso do trabalho dos Archiveros de Madrid, é bem mais proveitoso que um modelo obrigatório, o modelo proposto permite que alterações sejam feitas de acordo com a necessidade, lembrando que, assim como foi abordado pelo Rodrigo de Barros, os documentos tem algumas especificidades de acordo com a instituição/órgão a que pertencem que devem ser respeitadas e levadas em questão na elaboração do plano de classificação e para não ocorrer a criação de “planos e tabelas loucas, feitas sem capricho, na administração públicas” (como foi citado anteriormente e como de fato aconteceria) seria mais sensato ser obrigatório a restrição do trabalho arquivístico à profissionais com formação e capacitação para exercer essas funções, sei que isso é algo um pouco improvável, mas acredito que seria o correto. Quanto à tipologia e diplomática documental, acredito que são ferramentas essenciais na estruturação deste instrumento de gestão, pois a partir delas é possível chegar a uma padronização respeitando a função que o documento assume dentro do arquivo, facilitando assim o entendimento do seu tramite.

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  23. Concordo com a camila, o que tenho percebido é que mesmo os órgãos que não precisam seguir o conarq acabam utilizando-o como base e até mantendo os "erros", acredito que existe um certo vício pelo modelo do conarq, talvez por ser algo consagrado. Acredito que o modelo que vimos no texto e o modelo conarq são complementares e essenciais para que o documento se mantenha contextualizado nos arquivos.

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  24. Essa questão que a Kelly colocou em relação aos órgãos que não precisam seguir o CONARQ e mesmo assim usam como base é real. Muitas vezes nos posicionamos para ser diferente, mas a própria "chefia imediata", muitas das vezes, não nos deixa pensar de outra maneira. Existe também o outro lado a "preguiça", muitos acham cômodo a questão de usar o que já existe.

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  25. Devo admitir que gosto muito da idéia da Flávia de buscar um mapeamento dos processos e procedimentos da instituição. Infelizmente é uma idéia muito recente para administração pública. Os órgãos públicos ainda mantêm aquela estrutura acomodada que impede a aplicação de novos conceitos. Sem contar que, muitas vezes, as coisas acontecem sem um trâmite padrão porque o "chefe" mandou.

    É extremamente difícil compreender o fluxo documental de um órgão público porque ninguém sabe dizer como o setor funciona e ninguém quer se responsabilizar pelas divergências que ocorrem.

    Por exemplo, tem pouco mais de um ano que estou em uma biblioteca e, só nesse período, já mudei a forma de trabalhar duas vezes. Ora porque trocaram o sistema, ora porque simplesmente acharam que a outra maneira era melhor. Ou então porque a pessoa que executava tal tarefa não estava e o serviço não podia ficar parado, sendo assim, fiz do jeito que achava certo.

    São diversas as dificuldades em conhecer e entender o fluxo de uma instituição pública. Talvez esse seja o motivo de tantas falhas no plano do Conarq e, principalmente, de tantos profissionais utilizarem esse plano.

    Quem sabe quando a administração pública assumir um compromisso com a eficiência, a eficácia, a efetividade (e sei lá mais quantos e's), nós teremos forças para combater o comodismo e apresentar um Plano de Classificação com "P" maiúsculo. Um plano que não seja obrigatório, apenas sugerido. Porque quando a coisa é boa, todo mundo quer (o que, ao meu ver, é o caso do Manual de Madrid).

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  26. A Arquivologia está começando a ter sua importância agora, perante o Estado Brasileiro. E como somos importantes! A base para estabelescer a atividade documental nos órgãos está inserida na tabela do Conarq, pois é a pioneira e tem o sua relevância como base para novas pesquisas.
    Hoje, a tabela do Conarq não é eficiente e não é eficaz, pois, não abrange na essência, a contextualidade documental. Cada instituição, cada órgão tem características - isso inclui a missão institucional - atividades e tramitação diferentes. Cabe a nós, arquivistas, debater, modificar e sugerir novos pensamentos da àrea.

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  27. Caros colegas,
    gostaria de, embora tardiamente, dar umpitaco sobre esse assunto:
    Para o CONARQ, o documento é alho estanque, isolado totalmente sem um contexto que o envolva, algo que sabemos ser um dos pilares do trabalho arquivístico. Tratar assim o documento é algo muito retrógrado. Todos sabemos que o arquivo é um produto natural e orgânico das atividades de uma instituição. As atividades são contínuas e algo que as retrata também deve ser contínuo, como é o caso da documentação. A documentação tem de ser preservada na sua forma original de criação, respeitando a estrutura da entidade geradora. Neste ponto reside a importância da Diplomática Moderna. Embora as mudanças estruturais no Brasil são mais demoradas que o normal, basta ver o atraso da atuação arquivística aqui com relação a Europa ou ao Canadá. Só recentemente os nossos arquivistas começaram a produzir e a estudar a moderna diplomática. Mas já há passos dados e o futuro promete.

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